Jorge Fernando Pinheiro de Jesus, atual treinador do Sport Lisboa e Benfica, tem no próximo dia 14 de Dezembro de 2014 (Domingo) um importante jogo para o futuro do campeonato. Todos sabemos que são raros os campeonatos em que um só jogo terá influência irreversível para o desfecho do campeonato. Recentemente temos o exemplo da época 2012/13 com o Porto 2-1 Benfica na jornada 29 ou na época 2004/05 com o Benfica 1-0 Sporting, na jornada 33, ambos a apenas 1 jornada do fim. No entanto, existem jogos que poderão moralizar uma equipa de tal forma que dificilmente perderão o rumo das vitórias no ambito Nacional. Na época 2013/14 o jogo Benfica 2-0 Porto, na jornada 15 (metade) do campeonato (e aproveitando o empate do Sporting em casa do Estoril) fez com o Benfica passasse para a frente do campeonato e que nunca mais perdesse o seu rumo.
No entanto, Jorge Jesus possui uma "fama" de ser forte contra os fracos e fraco contra os fortes. Decidi verificar se esta fama faz ou não sentido.
Relativamente às competições europeias, creio que as evidências são demasiado evidentes. Na chamada "piscina dos grandes", a Liga dos Campeões, Jorge Jesus, com um Benfica que investe cerca de 30 milhões todos os anos, apenas conseguiu a qualificação para os oitavos de final por uma vez em 5 possíveis. Claramente um registo vergonhoso para todos os intervenientes, começando por Jorge Jesus, passando pelos jogadores, pelo presidente Luis Filipe Vieira e culminando no mais importante: no nome BENFICA.
Aproveitando o importante embate contra o Porto, do próximo dia 14 de Dezembro de 2014, fiz um quadro com todos os jogos em que Jorge Jesus, enquanto Treinador, teve de defrontar o Futebol Clube do Porto:
Algumas notas sobre o quadro:
1) Em 2002/03 - treinou o Estrela da Amadora na 2ª divisão e não defrontou o Porto;
2) Em 2000/01 - treinou o Setubal na 2ª divisão e não defrontou o Porto;
3) Em 1996/97 e 1997/98 - treinou o Felgueiras e o U. Madeira na 2ª divisão e não defrontou o Porto;
4) Em 1993/94 e 1994/95 - treinou o Felgueiras na 2ª divisão e não defrontou o Porto;
5) De 1989/90 a 1992/93 - treinou o Amora na 2ª divisão ou inferior e não defrontou o Porto
6) Nos anos em que apenas tem 1 jogo de campeonato contra o Porto, é porque nesse ano não treinou a respetiva equipa toda a época, tendo o outro treinador feito o jogo em falta.
Com os dados acima podemos retirar pelo menos duas conclusões:
1.ª - Jorge Jesus já defrontou o Porto por 35 vezes, possuindo no seu registo total, como treinador, os seguintes resultados:
Vitórias | Derrotas | Empates | |||
---|---|---|---|---|---|
Casa | Fora | Casa | Fora | Casa | Fora |
5 | 3 | 8 | 12 | 4 | 3 |
14,29 % | 8,57 % | 22,86 % | 34,29% | 11,43% | 8,57 % |
22,86 % | 57,14 % | 20,00% |
2.ª - Jorge Jesus por 18 vezes defrontou o Futebol Clube do Porto, não jogando "em casa". Possuindo os seguintes registos:
Jogos |
35 | |
---|---|---|
Casa | Fora | |
17 | 18 | |
Vitórias | 29,41 % | 16,67 % |
Derrotas | 47,06 % | 66,67 % |
Empates | 23,53 % | 16,67 % |
Significando que Jorge Jesus não ganha 83,33% dos jogos contra o Porto, em que não joga em casa.
No entanto todos estes registos são no âmbito geral. Como certamente todos concordarão, a obrigação de vencer um jogo ao Porto é diferente se se treinar o Benfica ou se se treinar o Felgueiras.
Restringindo-nos apenas a partir de 2009/10, época em que Jorge Jesus passou a ser treinador do Benfica, regista-se os seguintes resultados:
Vitórias | Derrotas | Empates | |||
---|---|---|---|---|---|
Casa
|
Fora
|
Casa
|
Fora
|
Casa
|
Fora
|
5
|
3
|
3
|
5
|
1
|
1
|
27,8 %
|
16,7 %
|
16,7 %
|
27,8 %
|
5,6 %
|
5,6%
|
44,4 %
|
44,4 %
|
11,1 %
|
|||
55,6 %
|
No âmbito geral, revela um grande equilíbrio de resultados.
No entanto se separar-mos os jogos em casa dos jogos em que não joga em casa, os registos já se alteram um pouco:
Jogos |
18 | |
---|---|---|
Casa | Fora | |
9 | 9 | |
Vitórias | 55,56 % | 33,33 % |
Derrotas | 33,33 % | 55,56 % |
Empates | 11,11% | 11,11 % |
No final de tudo, cada jogo é um jogo e nunca poderá ser "calculado" por estatísticas.
Cada um poderá tirar as suas próprias conclusões dos dados que acima apresento.
Pessoalmente o que noto é que sem o "conforto" do fator casa, Jorge Jesus não consegue singrar e impor a hegemonia no futebol Português, tal como julga que a tem ou está perto de a conseguir.
Jorge Jesus é o seu próprio limitador, ou seja o seu "próprio inimigo". E infelizmente para o Benfica, será isso mesmo que o impedirá de ser um treinador TOP europeu. O fato de ser o 10º treinador mais bem pago do mundo, não faz dele o 10º melhor treinador do mundo.
Dia 14 de Dezembro será um jogo difícil para o Benfica. Espera-se um Benfica no seu típico 4-2-4 contra um 4-3-3 do Porto. Com isto espera-se que o Porto consiga ter, durante maior período de tempo, o controlo do meio campo. Apenas 2 homens no meio campo, apenas resulta de forem jogadores de qualidade TOP europeia (por exemplo Matic + Enzo ) contra equipas com qualidade acima da média ou então contra equipas fracas ou com poucas dinâmicas.
Será que o Porto irá acusar a falta de dinâmicas coletivas ? Ou irá o Jorge Jesus manter o seu registo nos jogos fora de casa ?
Amanhã já saberemos.
Que seja um fantástico jogo de futebol onde a equipa que menos se note em campo, seja a da arbitragem.
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